Sob um manto

Vera Verissimo

I

sob “o manto diáfano da fantasia”
dores balançam os elos na correnteza vida
são ventos que não escolhem os galhos ao quebrar
sem fim ou recomeço por intenção
mas jogam ao longe a semente do replantar
mostram a distância da noite ao amanhecer
da infância à velhice
os meandros do cozinhar ao piano
os tombos do ideal ao real
onde o humano se torna fonte de luz
a distância de um dedo a outro no palmo
o que dá sentido ao farol no abismo
que distingue o amor do sofrimento
a distância do meu corpo ao teu


poema do livro Os elos da corrente

 

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