Silêncio

Liz Quintana

A mulher entrou esbarrando na cômoda, tocou o tornozelo apertando os olhos. Era para entrar em silêncio mas deu em nada. O homem resmungou umas palavras, virou na cama e seguiu roncando. (Ótimo!) Tirou a maquiagem depressa e deitou sem roupa.
O homem passou a noite mirando a falta. Entre uma cerveja e outra, olhava o celular que nada dizia. Mais uma vez o mesmo, horas de escuridão e silêncio. (Sacana!) Dormiu fedendo naquela cama que mais parecia um chiqueiro.
A luz queimou o quarto. Ela deu um sorriso para ele. Ele devolveu com pranto. O consolo veio da mesma forma de sempre, ela era boa demais.

 

voltar para página do autor