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O mistério do carimbo mágico e sua autora
Dia 23 de julho
Cláudia Sepé lança seu segundo livro infanto-juvenil no Dado Bier do Bourbon Country em Porto Alegre:
“O mistério do carimbo mágico”. O que você faria se fosse mandado para um sítio longe de tudo e sem internet? Assim foi com Pedro Henrique, personagem principal do livro. O que ele não esperava é que, na biblioteca da casa do avô, houvesse um segredo capaz de virar sua vida do avesso: um objeto mágico que tem vontade própria e ameaça a paz daquele lugar. Uma história envolvente, que mostra que o poder de mudar as coisas está, literalmente, em nossas mãos.
Cláudia, formada em Letras pela PUCRS, mestre em Aquisição da Linguagem - Variação Linguística pela UFRGS e doutora em Ciências da Comunicação pela Unisinos, é professora de português e trabalha em escolas há mais de 30 anos. Na entrevista abaixo, define qual faixa etária pretende atingir com seu novo livro, qual foi sua inspiração para a história e o porquê de escrever para jovens.
Luísa Tessuto: Por que escrever para jovens?
Cláudia Sepé: Escrevo para jovens porque me identifico com essa faixa-etária desde sempre, por força de minha profissão: sou professora desde os 17 anos e a convivência com crianças, adolescentes e jovens fez parte de minha vida desde então. Depois que tive meu filho, isso ficou mais acentuado.
Luísa: Qual é a faixa etária mais específica que o teu livro vai atingir?
Cláudia: Imagino que a faixa etária que mais deve se identificar com meu livro é a dos pré-adolescentes.
Luísa: Qual foi a tua inspiração para escrever essa história? A história mudou muito desde que tu teve a primeira ideia sobre ela?
Cláudia: Tive a inspiração para escrever essa história em um dia em que estava na secretaria da escola onde trabalhava e deixei um carimbo de madeira cair de seu suporte. Assim que o peguei, fiquei pensando em todas as mãos que já o haviam tocado e em quantas histórias de vida estariam impressas nas digitais deixadas em seu cabo. Logo imaginei uma história em que a pessoa viajava no tempo ao tocar o carimbo e pensei em escrevê-la. Só que, quando me sentei para fazê-la, um enredo completamente diferente veio a minha cabeça, como se alguém estivesse ditando a história para mim, e ficou do jeito que está no livro. Sendo assim, a história escrita mudou completamente em relação à ideia original.
Luísa: Qual é (e se tem) a dificuldade de escrever para jovens que já nascem mexendo no celular?
Cláudia: Acho que não tenho dificuldade de escrever para o jovem de hoje, um nativo digital. Embora eu seja da geração analógica, estou bem alinhada com as mídias digitais e convivo com um pré-adolescente, que é meu filho: embora ele adore as novas TDCIs, não abre mão de um livro físico. As linguagens não são excludentes, mas complementares. O mais difícil, eu diria, é de aproximar a fala dos personagens da idade de meu guri ao jeito como, de fato, se expressam oralmente. Acaba ficando um simulacro, nunca uma reprodução fiel.
Luísa: Qual foi a importância do Curso Livre de Formação de Escritores para a produção do teu livro?
Cláudia: Embora eu seja uma profissional da área das linguagens, o curso me instrumentalizou com técnicas sobre o fazer escrito que eu não dominava suficientemente (e ainda preciso aperfeiçoar), como a exploração consciente do subtexto, por exemplo, a refinar aspectos gramaticais e sintáticos, como a pontuação e a estimular a vontade de escrever, mediante a realização dos exercícios de aula. Isso sem falar na parte logística da produção do livro e as questões mercadológicas, que o curso me ajudou a pensar de uma forma mais produtiva e organizada.
19/07/2018